sexta-feira, 20 de agosto de 2010

dobre os dias de hoje

é sobre ela, ele. Ela nele, eles nela, ele e ela ele e ela e ele quando foi atrás dela correndo ao vê-la sair correndo em soluços deixando algumas lágrimas partidas no meio do caminho sentiu uma dor dessa vez impossível de se reter entre mais algumas horas de fuga, quando saía por aí depois de um "tchau" se procurando entre imagens da cidade, construindo suas velhas e novas trajetorias em seus pensamentos que não podiam ser tocados por ela.
Ele foi atrás, correu no segundo que passou por sua cabeça a possibilidade de não vê-la mais, tomou ar no segundo em que pensou que estava distante dela e não sabia o que seria possível ela fazer com tantas lágrimas e parou no segundo em que a viu, sentada no meio fio tentando se recuperar. Sentou-se ao seu lado na tentativa de dividir a dor, queria só tentar dar jeito, por um segundo. Isso era o que importava naquele momento e talvez por isso possa chamar tudo aquilo de "momento". Ele não sabe. Não sabe sobre o que se dá e de repente em seu momento de dor dividida entre eles falou: ei, não vai se angustiar sozinha.
Ela agora além de se mover por lágrimas se movia através de um corpo meio descontrolado, tremido. Ela tremia. Ele quis segurá-la, mas sabia que talvez fosse melhor deixá-la se entender com seus movimentos para tentar extrair um pouco daquilo
que precisava saber para dar-lhes alguma espécie de sentido.
Ele então perguntou o que ela sentia e ela disse: medo.

trocaram algumas palavras divididas e entrecortadas, mas houve um momento em que ele falou um pouco mais para que ela pudesse recuperar sua respiração enquanto o escutava com atenção.

Depois ela buscou um pouco em outros, havia uma espécie de falta tentando entender um pouco o por que dele não ter segurado ela quando tremia de medo, mas logo em seguida ele resolveu caminhar um pouco mais e estendeu seu percursso pelo dela. A imagem através da qual ele se percebia agora era a dela em sua trajetória, dessa vez dividida. No final, quando os dois pararam, no momento da separação do caminho pra casa ele segurou sua mão e perguntou se podia falar algo para ela, que estava no telefone com outro, o que a impediu de perceber a caminhada dele ao lado dela. Ela então pediu um minuto no telefone. Sentiu sua mão sento segurada e escutou ele falar com os olhos molhados sobre a beleza do amor que havia visto em seus movimentos. Era isso que havia ficado para ele, foi isso que ficará para eles e poderá ser compartilhado se for a eles permitido fazer um tanto de teatro, serem arrebatados e criarem arremedos pela passagem de uma grande dor.

Um comentário:

Caio Riscado disse...

só disse: amo vc mais que muitos, a garota das meias cinzas. e eu sei que vc n se esqueceu.