sexta-feira, 20 de agosto de 2010

sobre os dois textos escritos no dia 20 de agosto

são 03:24hs da manhã do dia 21 de agosto,
não consigo parar de criar caso sobre o que me aconteceu no final do dia 20. Já estou um pouco mais tranquila e achei que deveria ir um pouco mais direto ao ponto, assim me exponho um pouco mais também. Estou com a sensação de estar me expondo pouco e isso não potencializa nosso trabalho de criação em relação a vivência dos acontecimentos, mas se "crio" caso é porque senti necessidade, de jogar um pouco com o acontecido e de fazer crescer outras possibilidades ao entorno, formas diferentes de se falar sobre o mesmo assunto.

Bom, o que vem ao caso é que ontem, a algumas horas atrás, no curso onde estudo teatro e pretendo me formar como diretora teatral, o curso de artes cênicas de habilitação em direção teatral da UFRJ, sofri uma tentativa de boicote ao meu espaço pessoal/coletivo de criação. Quer dizer, nós sofremos, afinal, a regra vale para todos e nesse caso mais ainda para as pessoas com quem estou de mãos dadas construindo e criando. Mas sofremos não só nós criadores, como também aqueles que nos proporcionam nosso fazer criativo e dependem delas. Foi em nome da busca por se fazer teatro que proibiram ele de acontecer, ou pelo menos tentaram, já que não foi possível fazer valer a nossa regra de boicote, tema de hoje, nem rejeitá-la.
Tenho infinitas críticas e argumentos contra essa regra, mas gostaria de colocar aqui aqueles que mais saltam aos olhos e tornam a violência um pouco mais perceptiva para os corpos movidos pelo movimento criativo de um projeto artístico em processo.
A primeira delas é como essa regra de fato fere o meu espaço individual de criação ultrapassando o âmbito da sala de ensaio do projeto em questão, referente a matéria de "direção V". Ela não diz respeito a NENHUM pilar de "formatação" de uma sala de ensaio nos moldes desejados para um primeiro exercício, ou pra qualquer "exercício" acadêmico. A regra simplesmente ultrapassa o âmbito das minhas obrigações como aluna da matéria referente. O que eu faço ou deixo de fazer fora do "espaço" da matéria e a maneira como eu articulo meus fazeres e afazeres dizem apenas respeito a mim, maior de idade e vacinada, principalmente contra grandes ingenuidades em relação ao assunto(pelo menos na tentativa). Aliás, "ingênua" é justamente como me sinto sendo taxada quando me é imposta uma regra tão imperativa e invaziva como a que falo aqui. Ingênua, alguém que não pensou sobre o que faz, não articula suas idéias e propostas, não tem propostas e tomou decisões aleatórias.
Outra crítica é como podem, propor o fazer teatral e impedí-lo simultâneamente. ???? Como é possível? De onde vem isso???? É algo completamente contraditório. Essa busca por um "teatro puro", um processo criativo o mais livre de crises e interferências exteriores pode ser um estupro para o teatro. Se o objetivo for fazer o melhor possível e assegurar uma criação mais potente, então, não proteja tanto, é o que penso. Desculpe professores, mas o argumento de que essa "regra" não é aleatória e sim matematicamente analisada e pensada não cola pra mim e me uma certa pena, além do medo de ter que trabalhar em um ambiente com essa bandeira e tantas outras levantadas, bandeiras em busca de verdades absolutas. Não que essa "construção racional" seja necessáriamente ruim, mas a valorização disso talvez, pois dessa forma colocamos a intuição em segundo lugar, bloqueando o espaço para o aleatório, não permitindo a crise, a confruência de "compartilhados". Aí não há teatro que se baste. Talvez não haja arte que se basta. Me parece que é justamente nesse compartilhar que a vida ganha novas ressonâncias entre recortes e diferentes formas de expressão.

Não falei até agora do que se trata a regra e não gostaria de falar por agora, pois ela ainda me soa tão absurdamente ilusória, ainda prefiro me reter as circunstâncias e as consequências trazidas, que acredito que devem estar sempre em observação e discussão e o significado disso tudo também não expresso com clareza aqui pois está, em parte, colocado nos dois textos publicados no dia 20.

Bom, por enquanto o que me cabe ainda é a sensação de estar refém e desaltorizada por autoridades aparentemente confusas. Vou continuar esperando e tentando me controlar nessa espera.

Vejo ainda algum resquício de inteligência e sensibilidade por parte de quem está a cima das decisões.

Hoje foi um pouco mais difícil, falei um pouco o que não gostaria de ter falado, entre acusações e julgamentos, mas o amor em alguns momentos impede a cabeça de racionalizar mesmo, aí vem o impulso, a exposição pela intuição, a abertura de novos espaços para o diálogo e a evolução.
Por se falar em evolução, se isso é o que é ambicionado, peço apenas espaço sobre meu tempo.

dobre os dias de hoje

é sobre ela, ele. Ela nele, eles nela, ele e ela ele e ela e ele quando foi atrás dela correndo ao vê-la sair correndo em soluços deixando algumas lágrimas partidas no meio do caminho sentiu uma dor dessa vez impossível de se reter entre mais algumas horas de fuga, quando saía por aí depois de um "tchau" se procurando entre imagens da cidade, construindo suas velhas e novas trajetorias em seus pensamentos que não podiam ser tocados por ela.
Ele foi atrás, correu no segundo que passou por sua cabeça a possibilidade de não vê-la mais, tomou ar no segundo em que pensou que estava distante dela e não sabia o que seria possível ela fazer com tantas lágrimas e parou no segundo em que a viu, sentada no meio fio tentando se recuperar. Sentou-se ao seu lado na tentativa de dividir a dor, queria só tentar dar jeito, por um segundo. Isso era o que importava naquele momento e talvez por isso possa chamar tudo aquilo de "momento". Ele não sabe. Não sabe sobre o que se dá e de repente em seu momento de dor dividida entre eles falou: ei, não vai se angustiar sozinha.
Ela agora além de se mover por lágrimas se movia através de um corpo meio descontrolado, tremido. Ela tremia. Ele quis segurá-la, mas sabia que talvez fosse melhor deixá-la se entender com seus movimentos para tentar extrair um pouco daquilo
que precisava saber para dar-lhes alguma espécie de sentido.
Ele então perguntou o que ela sentia e ela disse: medo.

trocaram algumas palavras divididas e entrecortadas, mas houve um momento em que ele falou um pouco mais para que ela pudesse recuperar sua respiração enquanto o escutava com atenção.

Depois ela buscou um pouco em outros, havia uma espécie de falta tentando entender um pouco o por que dele não ter segurado ela quando tremia de medo, mas logo em seguida ele resolveu caminhar um pouco mais e estendeu seu percursso pelo dela. A imagem através da qual ele se percebia agora era a dela em sua trajetória, dessa vez dividida. No final, quando os dois pararam, no momento da separação do caminho pra casa ele segurou sua mão e perguntou se podia falar algo para ela, que estava no telefone com outro, o que a impediu de perceber a caminhada dele ao lado dela. Ela então pediu um minuto no telefone. Sentiu sua mão sento segurada e escutou ele falar com os olhos molhados sobre a beleza do amor que havia visto em seus movimentos. Era isso que havia ficado para ele, foi isso que ficará para eles e poderá ser compartilhado se for a eles permitido fazer um tanto de teatro, serem arrebatados e criarem arremedos pela passagem de uma grande dor.

a volta dos que não foram

me violenta porque é abusivo, me violenta porque falava sobre aquilo que era genuíno em nós da maneira mais trabalhada e retalhada possível. Me violenta porque as palavras se confundem no momento de nossa explosão. Me violenta porque era tudo que eu mais queria no mundo, naquele momento e você? você? Você falou por cima, calou por cima. me VIOLENTA PORQUE SE CALA POR CIMA. me VIOLENTA PORQUE CALAM-SE. Me violenta porque quando eu me exponho você resolve usar isso a seu favor e não percebe que assim você está se expondo muito mais, da sua forma mais cruel. Me violenta PRINCIPALMENTE porque não falamos daquilo que de fato importa. NÃO FALAMOS DO MOTIVO REAL DE TODO ESSE AUÊ. MEU DEUS, OLHA O QUE NÃO FALAMOS, E ISSO me violenta ainda mais. Me violenta o tom sóbrio e inabalável quando tudo que falamos tem como tema nossas afetações, me violenta quando você não reconhece, me violenta quando você não me reconhece. Me violenta o outro, no mesmo lugar que eu. A falta de corpo, a falta de olho a falta de escuta, de presença, achar que sabe, que reconhece, me violenta, não poder. Me violenta o seu poder absurdo, imaturo, sem graça, disfarçado. Me violenta saber que isso estava distante de você mas você o colocou tão perto precisamente no momento de sua dor. Me violenta você não sentir usa dor. Porra! Mostra ela pra mim, me violenta vai! Sem saber, talvez aí possamos ter alguma espécie de compartilhamento sincero. De troca. Me violenta a falta de troca, não só comigo...e isso me violenta ainda mais. Será que você não percebe que não queria te acusar desse jeito?? Não vê que se te julgo me julgo por isso? Isso me violenta e só preciso que você escute o que eu estou falando pensando um pouco mais em ação, isso me violenta, a falta. O caso é urgente e me violenta o outro vir me perguntar o que eu estava sentindo e você nem saber sobre isso, sobre aquilo. Me violenta você não saber disso, me violenta a dor que você sente ao ver minhas lágrimas e achar que elas são por você e não por mim, digo, por outros. Me violenta a falta de outros, a falta de mim, o excesso de você.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Me violenta o amor bêbado que se esconde no ir e vir de copos para revelar-se.

Vem logo
Vem curar teu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...

mandaram eu me calar mas eu falei

Oficineiros,


Esse e-mail é um desabafo pois fiquei extremamente chateada hoje. Em algum momento o meu discurso pareceu pejorativo? Em algum momento tratei o assunto com deboche?

Ficou claro pra mim que a questão é estritamente pessoal. Somos avisados que temos espaço para expor nossas dúvidas, problemas, dificuldades e quando isso acontece apontam nossos defeitos de maneira agressiva ou irônica. Me pergunto o que é isso, despreparo? Frustração?

Parece que reina a lei do silêncio entre nós, estamos todos visivelmente cansados e insatisfeitos e com o dedo apontado pra nós como responsáveis pelo mau andamento da cena. Não quero fazer apologia a discussão, ao contrário ficou claro pra mim que não temos espaço para o diálogo, assim como a maioria vou adotar a postura do silêncio. Mas não posso deixar de desabafar que me entristece a opção que o grupo tomou de não se expor.

Sei que eu posso não permanecer no processo, mas essa não é uma questão pra mim, não vou desistir na metade do caminho, não é porque eu não confio no direcionamento que estamos recebendo que vou abandonar o que eu construí até aqui. Se tendemos ao fracasso terei o prazer de fracassar com vocês.

Não é meu intuito levar o assunto a diante por isso encaminho apenas para os atores. Sei das conseqüências que a má interpretação desse e-mail pode trazer e não quero de forma alguma que vire polêmica, mas tenho a necessidade de falar, mesmo que pela última vez, pois me senti hostilizada hoje.

P.T.

sábado, 14 de agosto de 2010

Ciúme.

é o amor que em mim transborda que me faz corajoso para dividir seu olhar e atenção com os outros.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cartas, dobre o dia de hoje.

Seu abraço me dói. Dói porque eu sei que ele vai ser partido, logo ali , adiante, e logo ali, na minha frente. E eu não sei, se é porque outro corpo te arrancou de mim. Mas sei que você está arrancada. Me doeu porque eram corpos outros, e amores novos, e eu senti falta do nosso cheiro. E me dói porque eu estou aqui ainda, desde que fui jogada, esperando você. Seu abraço. E eu não quero mais beijar outras bocas para suprir a sua. Não quero mais achar que isso resolve e muda a gente. Eu estou aqui com a porta aberta. Isso me violenta.Ver-te me vendo à espera do seu corpo. Violenta-me porque eu já não sei mais se acredito no que amei, ou amo. Não sei mais se acredito em tudo que lhe pedi. Acho mesmo que você está certa. A gente devia se expor menos, e se protejer, porque no fundo a gente sangra. E fica falando de forma brega tentando sorrir diante da nossa dor. Eu não posso mais, não quero. Não quero ficar parada com os braços estendidos, com os músculos esperando você se encaixar nos meus braços. Eu achei que isso tudo fosse troca, porque eu acreditei que era preciso isso entre nós. Mas eu estou cansada de não receber. Eu estou cansada da sua vaidade, do seu ego, da sua despreocupação. Sei lá.  Você não abraça, você se proteje, e finge que se entrega, quando no primeiro soluço dá um passo para trás. Me violenta eu ter que partir assim, depois de ter dito quase tudo e ter te dado espaço no meu corpo. Meu abraço está quebrado, meu corpo não quer mais isso que a gente criou.   Nossa como foi bom, estou com saudades e sem vontade. Como é dificil não te querer mais compartilhando meu corpo. Eu estou chorando e sensibilizada com os novos e velhos corpos. a criança lá de casa descobriu que o céu muda de cor. Eu não quero crescer. Não quero perder-nos nos abraços e ficar adulta Caio. Diogo, não me abondona em Vila Isabel, minha vó foi viajar e eu preciso do seu colo aqui. Patrícia quando eu chegar à noite, me espera na rodoviaria, a gente vai redescobrir os braços. Isa, queria muito um abraço seu agora.

carta sobre os dias de hoje

Entrei aqui hoje porque senti necessidade de continuar a dar sentido pra toda aquela vontade da qual falamos naqueles dias, mas dessa vez foi ainda mais natural e inevitável esse movimento todo, da vontade, do acesso, das palavras que escrevo aqui. Precisava falar um pouco mais com vocês, ouví-los. Pode não parecer, mas estou precisando muito de vocês. Ela continua, a vontade, e vem se espalhando por novos corpos que tem compreendido o egoísmo do meu e me deixado compreender também e aceitar e ser aceitada, tudo isso. Tenho me aproximado um pouco mais e isso me assusta, ainda mais quando vejo que agora tenho medo de perder.

Ontem fizemos o abraço. Foi difícil, foi difícil e foi bom.
Difícil porque sabia que dessa vez outra pessoa ia me tirar dos braços da Dominique. Porque sabia que o Caio não ia ganhar todos os meus abraços merecidos e desejados.

mas foi mais ainda difícil porque queria muito naquele momento a Patricia e o Diogo, sentados ali, naquele canto olhando pra mim. Queria olhar pra eles também. Queria que eles estivessem vendo o novo espaço que fizemos. Era um retângulo, a platéia toda sentada como em corredor. Ficou bonito. O abraço pôde transbordar, como fazemos normalmente quando estamos juntos.

Nossa, como foi bom(estou com saudade e com vontade), mas como foi difícil. Isso é nítido, doeu mas podia ter doído mais. Pra vocês posso falar isso. Teria sido ainda melhor assim.
Mas na verdade acho que não daria mesmo pra sentir mais dor sem vocês ali. Até tinha bastante gente. Era bom saber que quando eu saísse dos braços da Dominique teriam outros, alguns outros que já são amores e já fazem parte, dessa forma, das nossas formas. Amores esses, espalhados entre outros abraços, que poderiam dividir essa dor comigo. Em algum momento quis só os amores ali, queria me expor por completo no abraço, desfazer, refazer, correr, puxar e empurrar, suar, tudo junto e acompanhado, sem muita preocupação ou julgamento, mas tinham outros.

No fundo tudo isso aparece agora simplesmente porque já dói muito o medo de perder os braços em que nos encontramos depois do choque, já dói tanto essa dependência louca, esse conforto desconfortável, o tempo que não existe mas passa muito rápido, toda essa duplicidade, construída através de tanta repetição e persistência. Já dói, e só de pensar também na possibilidade da dor que o medo do novo causa, o medo de não saber e de ter que lidar assusta.
Uma das meninas(ainda não importa o nome) que encontrei no meio do caminho, a outra que não era amor, nem faz parte, ficou presa na minha roupa pelo aparelho, tivemos que usar uma tesoura. Era a Vanessa.

Tenho medo do novo, só isso, medo do útero, pronto para fazer nascer. Tenho muito receio, duvido, mas continuo amando.
Isso pode ser considerada uma postura de adulto?
Espero que não, estávamos muito adultos Caio, essa tal "energia do adulto" é muito forte, pesa e não dá pra achar que é possível ter o controle de tudo. Na verdade você que me mostrou isso. Não sei se os outros adultos perceberam isso, mas senti falta um pouco do choro das crianças, os risinhos, os xiliques, toda a loucura e fragilidade sincera. Gosto daquele auê feito entre nossos amores, compatilhado com quem faz parte e dividido com quem vem chegando.

Fico feliz por falar isso, feliz por poder falar aqui. Precisava falar sobre os arrebatamentos que praticamos na residência que estou fazendo essa semana e de como tenho me sentido.
As vezes pesa, é muito cuidado com o que é novo e está sendo gerado. É muita coisa sendo gerada, muita descoberta, muito amor querendo ser compartilhado, muito corpo querendo ser tocado, percebido, mexido. Muita paisagem querendo ser olhada, muito chão querendo ser agarrado, tomado, muita parede querendo ser apoiada, e o cuidado, ainda é maior quando se é desconhecido. É tanto que as vezes acabo esquecendo de outros cuidados bem importantes que deveria estar tendo comigo. Agora ainda tenho cuidado pra não me deixar esquecer mais.

Amanhã vou no médico, consulta marcada. 15:30hs. Estou com medo, achei que fosse hoje. Não queria ter que falar as coisas que vou falar amanhã, mas preciso e devo.

Ontem a consulta foi com a Anita, a analista.

Depois que a Vera se foi ficou tudo mais difícil. Vera era minha médica, desde 1 ano. Ela que me tirou do hospital, me fez voltar pra escola, me viu nos piores estados. Tenho medo e vergonha que alguém me veja como ela me viu, não sei quem mais pode dar conta disso. Entrar em outros consultórios não fez muito sentido durante muito tempo. Ficar em casa também, minha mãe se sentiu muito sobrecarregada, ou algo do tipo. Ainda tem meu irmão, a criança lá de casa que ganhou o nome de criança.
Acho que a Anita sabe da Vera, da minha mãe, do meu pai, do meu irmão,...sabe porque sabe de mim, sabe das novidades e da dor que elas causam.

Desculpa se falo muito vidro, muito caco.

É que estou feliz e sensibilizada com todos, novos e velhos, amores e outros, todos os outros, os que fazem e fizeram parte em nossas salas, de trabalho e de casa.

Vou recolher. Tenho que ir, daqui a pouco teremos novos vidros.
Como a Bel falou, vou me aproximando aos pouquinhos, ou não.

Isadora.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Solilóquio.Criança.Chão.Quarto.

Oi, tudo bem, posso deixar minha blusa aqui?
Sim.
Logicamente, de acordo com meus cálculos, eu tenho uma gripe. No número 78910, não deve ser nada demais. No número 7001, está falando que é uma dor de cabeça normal. Eu vim até o médico para saber o que está acontecendo comigo!
Então, logicamente eu vou te pedir para você calar essa boca.
Desculpa, é que eu estudo muito e sempre digo isso antes de uma consulta.
Certo. Mas podemos começar a consulta?
Sim, certo. Você acha que eu estou mal?
Não.
Você acha que eu vou ficar mal?
Não, não vai.
Mas eu tô passando muito mal e todo mundo na minha escola está falando que eu tô com virose. Tem algo que está me fazendo ficar super mega doente...
Olha, está bom... Senta ai, deixa eu te contar uma coisa...
Pode falar.
Então...
Ah, deixa eu pegar a minha bolsa para te explicar o que aconteceu. Aqui. Começou num dia de aula, assim, comecei a sentir dor de barriga, a espirrar, e a professora disse que de acordo com os cálculos que ela fez, eu estava doente. E o que que aconteceu, ela disse, vai no médico. Ai passaram duas semanas e duas semanas depois a minha mãe me percebeu doente e só duas semanas depois me mandou vir ao médico. Ai ela começou a ler um livro que na página 771 dizia que eu estava muito bem, mas na página 773 eu estava completamente doente. Espera. Eu tô falando. Eu sou criança, você é adulta, você pode falar sempre, eu não.
Sim.
Na livraria que eu vou...
Esse não é o assunto...
Tudo bem, eu estava com virose, gripe suína, eu comecei a passar mal de tanto que a minha mãe falava no meu ouvido. Tudo bem, eu tenho só nove anos e sou muito espertinha...
Eu imagino a dor que você esteja sentindo...
Não! Você não imagina!
Você não imagina a dor de cabeça que eu estou sentindo só por ouvir você falar tudo isso!
Mas eu nem falei um terço do que aconteceu na minha vida! Pior! Estavam me chamando não só de nerd, mas de nerd e nerd doente! Sabe aquelas nerds nojentas que você vê no filme?
Qual é o telefone da sua mãe?
Não liga para minha mãe que ela é muito tagarela!
E o telefone do seu pai?
Não. O meu pai não! O meu pai morreu.
Eu preciso atender as outras pacientes!
Mas você não me atendeu ainda! Eu nem terminei de te contar a minha história... Como eu ia dizendo, eu cheguei aqui no consultório e tinha uma menina com vestido e cabelo comprido e perguntei o que você tá fazendo aqui porque...
Espera um pouco que eu preciso anotar...
Não precisa, é uma história boba...
Então deita ai para eu te consultar!
Eu não posso deitar eu estou te contando uma história, me escuta!

[...]

Diálogo entre a BARBIE MÉDICA e a POLI NERD (Giovana), ambas dando o texto que digitei simultaneamente ao que a minha sobrinha de 9 anos estava inventando. Percebam que a POLI NERD é uma versão piorada dela mesma. Percebam a relação com a mãe e a relação com o pai. Percebam a tagarelice. Percebam que ela estava no chão, dentro do quarto, rodeada de bonecas. Percebam que hoje cedo eu disse para ela: nunca vi você brincando com suas bonecas. Até este momento ela não parou de improvisar essa cena. A médica já ligou para mãe que disse ser mãe da criança porque a filha nasceu de dentro dela. A menina nerd está falando vertiginosamente e a minha sobrinha já percebeu que eu estou prestando atenção, portanto, chega...

[...]

amamos o mesmo Deus

O teatro é difícil em qualquer lugar do mundo mas nós somos deliciosos, nós vamos vencer.

Botão.

Di, me dá de presente um botão de votação para uma violência doída?

obrigado.

domingo, 8 de agosto de 2010

ViDRO

No dia em que o coelho veio ao chão ele caiu sobre a mesa de vidro.
No dia em que elas brigaram na hora do jantar o primeiro barulho depois do silêncio foi o de um copo de vidro se espatifando contra uma das quatro paredes.
Quando eu ganhei esse trio de cicatrizes que costuram a minha mão ao braço esquerdo foi por causa do vidro da porta que eu soquei.
Quando a outra tentou e conseguiu seu suicídio o que eu vi ao chegar no quarto, antes do corpo, antes da morte, fora um pote de vidro tremeluzindo à luz do abajur amarelo.
Era vidro quando deveria ter sido plástico.
Era vidro quando deveria ter sido mentira.

Lembram-se, no início deste ano novo, quando eu abri a janela e o vidro despencou rumo ao chão? Pois então, era vidro ali também. Todo o vidro que colocamos para nos vermos por inteiro e sem reflexos - e que não eram espelhos - pois então, esse vidro todo começou a se retirar, a se abster de nós, eles estão se quebrando voluntariamente, eles estão meio que pedindo - por nós - algum pedaço de intimidade. Alguma parcela de escuridão.

Por isso eu lhes peço: não quero o vidro do box do banheiro. Sinto que ele será o próximo. E não gosto de pensar no sangue escorrendo sob a água do chuveiro. Parece que sempre será preciso mais sangue para colorir toda aquela água.

Eu estou com medo. A tela do televisor é de vidro. Vocês já repararam? No saleiro, no porta-pimenta, no vidro do sabonete, naquela única prateleira? Medo, do porta-retrato. Medo profundo, da garrafa d'água. Queria uma casa toda de plástico. Não. Não é isso.

Era só para dizer que eu quebrei o pote do café. Eu quebrei o pote de vidro no qual guardávamos o pó de café. Bem que eu tentei juntar o pó e colocar num pote plástico. Eu fiz isso. Depois desfiz, porque fiquei com medo de que algum pedaço de vidro pudesse continuar em meio ao pó. Depois pensei que era besteira, porque o vidro ficaria preso no filtro de papel se alguém colocasse o pó para fazer café. Depois não, estava certo, o filtro seria facilmente cortado pelo vidro. Depois fiquei em dúvida sobre quem é mais forte: papel, plástico ou vidro? Mas depois me tranquilizei. Porque faz tempo que a gente não toma um café nessa casa.

Terno

Não me venha dizer sobre amor novamente. Por que isso? Por que você não consegue nos acompanhar sem sofrer? Para com essa coisa de fingir que é forte. Você não é. Que bom que conversamos e chegamos à um consenso. Nosso amor não está, nem nunca estará, em equilíbrio. Foi bom, finalmente,ouvir-te direito, inteiro, e não pelas beiradas. Foi bom sentir o gosto da sua língua afiada de quem não engole mais choro. Eu te disse, as pessoas demonstram-se de formas diferentes. E isso não é ser menos, nem mais. Não é gostar menos, nem mais. Se eu só te digo "estou aqui parada, sem nada, se der, gostaria de te ver", eu estou dizendo, "preciso de você, se você não vier, não sei. Preciso. Rouba minhas roupas e me leva para você". Desculpa. Deve ser a saudade. Fico um pouco fora de controle. Dificil ver seu corpo com outros. Não vi, mas o trem contou coisas. E dói. Dói mesmo. Chego a falar " ai ". De novo. Agora, não venha roubar meu sorriso por te me dado o seu. A escolha foi sua. Eu também me expus, ou você acha que é facil aguentar, feito estante, feito madeira, seu peso sobre mim? É tudo amor. O trem vai voltar e nós vamos perder o jeito com o nosso quarto.

Trem

eu viajei. viajei com um número grande de pessoas levando nas malas certa dosagem de poesia. eu viajei com alguns que já foram meus, com alguns que ainda o são e com outros que pouco fazem de mim. viajei e na estrada pensei sobre muitas coisas. pensei sobre a gente, sobre o ato de viajar, sobre o ato de amar e, principalmente, pensei sobre o ato de levar. estávamos ali para oferecer, viajamos para doar ao outro o que em outro tempo criamos. mas não sei. não sei se o diálogo se deu, na verdade, ainda não sei a forma certa como ele se dá ou não. bom, fui para trocar e voltei com carinho, saudade, novos colegas, novas lembranças, cheiros e mais conhecimento. mas o que deixamos? o que as pessoas que lá ficaram ganharam? eu não sei... foi tudo tão rápido que a gente fica assim: com essa sensação do não saber. fomos, guerreiros que somos, nos violentamos, expomos de forma brutal o que em alguns grita alto, muito alto. mas depois não tivemos tempo de dividir o debate, não tivemos tempo de saber um pouco da outra parte. eu não sei quanro vale uma moeda de um lado só. muito ou pouco dinheiro? escrevemos para o outro e para nós mesmos, mas acredito que quando o outro comenta é que a escrita se faz, nasce...comunica. eu não sei...talvez, esteja apresentando aqui mais uma visão equivocada sobre a sobrevivência da comunicação... mas é que eu precisava muito falar sobre isso. aqui, na nossa casa. aqui onde não preciso de travas na língua!

sábado, 7 de agosto de 2010

RESPONDO

pára de show! não tem ninguém em você. nem mesmo você está consigo. você está sozinha. você não tem jeito.
da ordem dos superconselhos:

comece a dialogar com as pedras.
VIOLENTA, VAI!

nossa. vocês são tão criativos, foi só ele falar que alguém tinha começado a escrever usando ele e ela que a coisa no blog deu uma mudada. me desculpem, não é bem essa a questão, eu só queria dizer o quanto vocês estão disfarçando a vida de vocês nessas ficções gratuitas. sim, é legal, é bom para praticar a escrita, mas afasta de vez tudo o que poderia haver de mais vital em cada um de nós.
calma.
eu diria.
é preciso calma, para se embriagar de vida e ter condição de refazê-la em palavras. eu não acredito nesse monte de eu te amo. eu não acredito em nada. é verdade. mas isso sou eu. eu sou exatamente isso. o que eu peço então a vocês que moram comigo (onde quer que seja). não fiquem deslumbrados com parágrafos-esconderijos. não fiquem assim sofríveis com metáforas desordenadas. nem se percam demais amando as rimas (elas não valem de nada).
eu lhes peço - pela boa comunhão aqui dentro de casa - não digam aquilo que chega a vocês sem palavras. não se espremam para dizer o inexprimível. não digam com "y" o grito que vem em "r". não amenizem o soco passando na face verniz. foi sempre assim. aqui em casa foi sempre assim. nada foi dito na imediatez da vontade. nada foi cuspido na falta de ar. nenhum ódio foi feito soco. nenhum silêncio fez o sangue esfriar. tudo aqui em casa agiu de forma acalmada, apaziguada. a gente sempre disse sobre moral, sobre ética, e não se permitiu ser. em primeiro lugar.
me desculpem. ele disse aquilo e vocês entenderam errado. vocês entenderam que era para copiar o que um dia outro alguém tinha escrito e não é isso. acho que vocês deveriam ter entendido o motivo que fez a tal pessoa escrever aquilo.
resumindo: um dia eu inventei essa ficção do ele e ela porque vocês não estavam lá. um dia eu resolvi escrever que ela tinha brigado com ele e ele tinha feito isso com ela e assim por diante, porque queria chamar atenção para as nossas coisas, para as nossas quinas que de um tempo para cá estavam ficando cada vez mais polidas.
eu fiz metáfora com a nossa condição. eu fiz de nós poesia. e me fudi, porque vocês leram a poesia e a desvincularam da vida. vocês leram ele e ela e não perceberam ser vocês. vocês não perceberam. e agora, se divertem - tísicos - multiplicando eles e elas e nos fazendo ter uma casa repleta de gente vazia. casa repleta de gente. mas vazia de vida.
é isso. me desculpem. as coisas não me fazem escrever o contrário.
e eu não vou - nunca mais - deixar de dizer o que precisa ser dito - para mim -. eu não posso saber de vocês. eu não posso saber d'ele (caio), d'ela (isadora), nem d'ela (patrícia) e nem d'ela outra (dominique).
eu, diogo, registrado no cpf 068800576-40, nascido no dia 15 de outubro de 1987, ex-católico, diabético desde os 6 anos, estudante de direção teatral da ufrj, sem tendências homicidas ou suicidas, com vícios desmoderados, alimentação equivocada, afirmo: NÃO VOU DEIXAR DE DIZER AQUILO QUE PARA MIM É PRECISO.

a bateria do laptop vai acabar.

bloco de notas 06

bloco 06

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Notificação 1.1:

Um novo coelho foi comprado.
você já foi notificado e não sabe ainda.



pra que tanto medo de se machucar? Sempre a mesma coisa.
Na verdade estou colecionando coelhos enquanto espero que você me surpreenda de alguma forma e me tire daqui antes que eu morra de amor.

me beija!

(e se for preciso use a força para meu corpo não esquecer de ser lembrado por suas ações)

imperativo

por que estamos falando assim?
será que já não chega, chegou, irá, chegar!?
Alguma hora
nosso ar vai ficar seco e rarefeito nesse espaço que já não comporta tantas mudanças, tantas transformações rejeitadas, recusadas. Foram brigas e discussões de domingo a quarta. me lembro bem da última:
eu fiquei no chão, sentada chorando e lembramos de anos atrás, do armário, não achei graça, você achou como quem vê de fora.
O problema é que você está dentro de todas as lágrimas.
entre soluços você resolveu que queria saber de mim, me ouvir.
chorei um pouco mais, de emoção dessa vez.
de amor.
gosto quando você resolve conversar entre nós. A partir de mim e não só de você.
Nesses poucos momentos em que você olha pra frente porque eu tô aqui.
coisa de pai e filho ou algo parecido, como deveria ser.
obrigada por esse instante.

lembra.


ei! ei ei! Ninguém disse que assim seria meu amor,
você se enganou com suas próprias estantes quando observava suas mãos pousadas. Você só estava querendo dar sentido pra alguma coisa e eu estava ali parado, logo ali, bem perto, esperando o sinal dos seus dedos, um movimento qualquer. Um latejar qualquer, coisa alguma ou nenhuma. Acabamos assim, desculpe se te machuquei, precisei tomar uma atitude pra te tirar dali, antes que começasse-mos a morder as estantes. Espero que ainda exista algum sentido para meus movimentos em você, podemos recordá-los, todos, meticulosamente se assim preferir. O que importa é que agora, ao te tirar dali, me faço presente, sei que peso nessa casa. Sei que peso nesse tempo, seguimos então. Podemos pintar algumas paredes também, renovar nossos olhares, talvez te faça bem. Sorri pra mim antes de partir.

eu te amo.

Responde.

Não mais. Não há mais possibilidade de conviver , assim, com você. Pensei ser forte. Mas não. Sempre que você vem me embaça os sentidos. Nem sei mais se é uma escolha ter você. Na verdade não é. Eu não queria. Mas era tudo tã inofensivo no início, que eu nem notei. E ser consumida assim, por uma bobagem sua, é complicado. Não quero. Como faço para você sair de mim?

bloco de notas 05

bloco 05 

bloco 06.jpg em sábado, 7 de agosto de 2010 às 10h.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

bloco de notas 04

bloco 04

bloco 05.jpg em sexta, 6 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 06.jpg em sábado, 7 de agosto de 2010 às 10h.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

sei lá ou sei.

Eu estou. Eu estava, quero dizer. É tanta coisa que acontece sem ao menos eu tocá-las. Está, estava, tudo tão não-palpável. Eu não sou capaz de controlar paredes crescendo. Não posso. Posso me conter dentro delas sendo sufocada. Ou posso quebrá-las e partir. E sentir saudade de ser doída. Ontem eu tinha cinco livros para ler. Li cinco páginas do primeiro capítulo do terceiro livro (escolhi uma ordem para me organizar). Hoje, faltam-me mil duzentos e quarenta e sete outras páginas. Eu não durarei. Desisti. Isso não me incomoda mais. Ando desistindo de quase tudo mesmo. Por saúde, por tempo, por amor, por não-amor. Ando caminhando mas me esqueço como se caminha direito, por isso preciso das paredes. Dos cômodos. Do sofá velho. Da luz piscando. Do quadro sorrindo. Da carta não lida guardada na gaveta. Da palavra não dita guardada, não sei em qual lugar. Vou reencontrá-las para dizer. Por hora esqueci-me, e não sei que quero lembrar, das palavras.. Queria só estar. Não ter que anotar como eu era feliz. Estou ansiosa para pintar as paredes. Acho que devemos colocar cores outras na casa. Quero rabiscar com o corpo as partes escondidas. Não me digam não. Não aceitarei mais. Não irei só latejar. quero quebrar os porta-retratos.

bloco de notas 03

bloco 03

bloco 04.jpg em quinta, 5 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 05.jpg em sexta, 6 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 06.jpg em sábado, 7 de agosto de 2010 às 10h.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

entre quatro paredes brancas uma mesa de jantar

bloco de notas 02

bloco 02

bloco 03.jpg em quarta, 4 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 04.jpg em quinta, 5 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 05.jpg em sexta, 6 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 06.jpg em sábado, 7 de agosto de 2010 às 10h.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Acordei…

Não quis estar vivo. Acho que ao mexer a cabeça sobre o travesseiro alguma coisa aconteceu e por um segundo eu não quis mais existir. Depois me repreendi e pensei em uma série de tragédias, para tentar me dizer que a minha vida não estava tão ruim assim. É sempre assim, a gente precisa encontrar um motivo para durar mais um pouquinho. Acordei e tinha sujeira pelo chão do quarto. Acordei e tinha compromissos batendo à porta. Acordei com telefonemas. Fui educado. E ouvi logo ao desligar: quando você acordar eu falo com você. Acordei e quis não ter acordado. Acordei querendo ser sonho, ser pesadelo, ser outra coisa. Acordei e pensei em seringas, em começar mais um dia, em encontrar mais um dia. É verdade. O dia não amanhece ao seu lado. Ele nem vem, por vezes ele não existirá. E você passa o dia inteiro buscando alguma coisa na qual se agarrar e dizer: esse é o meu dia! E ai ele se vai e o dia então se foi, por isso acordei cheio de dúvidas. Acordei pensando em Godot. Acordei pensando em Miranda. Acordei com 3 telefonemas ao mesmo tempo. Acordei com o despertador. Quem deu ao despertador essa autonomia? Quem disse a ele que era permitido gritar ao meu ouvido logo tão cedo? Acordei e não sei. Acordei e continuo não sabendo. Acordei e não vejo a hora de voltar a dormir. Meu deus. Que sensação esquisita. Acordei no passado, no futuro, onde? O que foi que fiz com meu agora? Não o quero mais.

domingo, 1 de agosto de 2010

bloco de notas 01

bloco 01 

bloco 02.jpg em terça, 3 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 03.jpg em quarta, 4 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 04.jpg em quinta, 5 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 05.jpg em quinta, 5 de agosto de 2010 às 10h.
bloco 06.jpg em quarta, 6 de agosto de 2010 às 10h.