sábado, 7 de agosto de 2010

VIOLENTA, VAI!

nossa. vocês são tão criativos, foi só ele falar que alguém tinha começado a escrever usando ele e ela que a coisa no blog deu uma mudada. me desculpem, não é bem essa a questão, eu só queria dizer o quanto vocês estão disfarçando a vida de vocês nessas ficções gratuitas. sim, é legal, é bom para praticar a escrita, mas afasta de vez tudo o que poderia haver de mais vital em cada um de nós.
calma.
eu diria.
é preciso calma, para se embriagar de vida e ter condição de refazê-la em palavras. eu não acredito nesse monte de eu te amo. eu não acredito em nada. é verdade. mas isso sou eu. eu sou exatamente isso. o que eu peço então a vocês que moram comigo (onde quer que seja). não fiquem deslumbrados com parágrafos-esconderijos. não fiquem assim sofríveis com metáforas desordenadas. nem se percam demais amando as rimas (elas não valem de nada).
eu lhes peço - pela boa comunhão aqui dentro de casa - não digam aquilo que chega a vocês sem palavras. não se espremam para dizer o inexprimível. não digam com "y" o grito que vem em "r". não amenizem o soco passando na face verniz. foi sempre assim. aqui em casa foi sempre assim. nada foi dito na imediatez da vontade. nada foi cuspido na falta de ar. nenhum ódio foi feito soco. nenhum silêncio fez o sangue esfriar. tudo aqui em casa agiu de forma acalmada, apaziguada. a gente sempre disse sobre moral, sobre ética, e não se permitiu ser. em primeiro lugar.
me desculpem. ele disse aquilo e vocês entenderam errado. vocês entenderam que era para copiar o que um dia outro alguém tinha escrito e não é isso. acho que vocês deveriam ter entendido o motivo que fez a tal pessoa escrever aquilo.
resumindo: um dia eu inventei essa ficção do ele e ela porque vocês não estavam lá. um dia eu resolvi escrever que ela tinha brigado com ele e ele tinha feito isso com ela e assim por diante, porque queria chamar atenção para as nossas coisas, para as nossas quinas que de um tempo para cá estavam ficando cada vez mais polidas.
eu fiz metáfora com a nossa condição. eu fiz de nós poesia. e me fudi, porque vocês leram a poesia e a desvincularam da vida. vocês leram ele e ela e não perceberam ser vocês. vocês não perceberam. e agora, se divertem - tísicos - multiplicando eles e elas e nos fazendo ter uma casa repleta de gente vazia. casa repleta de gente. mas vazia de vida.
é isso. me desculpem. as coisas não me fazem escrever o contrário.
e eu não vou - nunca mais - deixar de dizer o que precisa ser dito - para mim -. eu não posso saber de vocês. eu não posso saber d'ele (caio), d'ela (isadora), nem d'ela (patrícia) e nem d'ela outra (dominique).
eu, diogo, registrado no cpf 068800576-40, nascido no dia 15 de outubro de 1987, ex-católico, diabético desde os 6 anos, estudante de direção teatral da ufrj, sem tendências homicidas ou suicidas, com vícios desmoderados, alimentação equivocada, afirmo: NÃO VOU DEIXAR DE DIZER AQUILO QUE PARA MIM É PRECISO.

a bateria do laptop vai acabar.

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