quarta-feira, 8 de setembro de 2010

sem

Era preciso coragem. Eu gosto disso. De inventar em mim uma coragem e uma força inexistente. E me colocar à prova, até a última torsão do corpo. Até que a dor seja insuportavél. Porque era mais insuportavél a idéia de não amor. de não dizer e se rasgar sobre os amores. Era preciso, em minha mente, ser intensa. É sobre o amor que inventei para permanecer em pé. Porque eu já nem sei até que ponto essa dor se deu de verdade. Falei com você sobre isso, ontem. Que eu não sei onde eu sinto, onde eu invento, e finjo sentir. Mas acredito em tudo que invento! Porque dói. Dói tanto e mais que aquele amor primeiro. Simples. Sem apelos e peles. Eu nos inventei. Aliais, inventei seu corpo em mim, porque não há possibilidade da minha existencia sem uma paixão. Isso é cruel. Eu sei. Eu acho. Mas deixe-me. A violência é minha. Não estou pedindo cuidado, nem pena, nem que você seja inteira, ou em pedaços. Não sei.
Ontem a encontrei e ouvi sua saliva e " você está pessimista. Não era assim. Antes seus olhos brilha:vam e pareciam sempre apaixonados". Eu me assustei. Não sei mais sobre esse controle que nunca acreditei ter. Mas minha invenção colocou-me de lado. Deixe-me. Ela deixou-me. Não me lembro se sorri ou chorei.  

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