segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
eu vou começar a derreter junto com a casa.
Olha, a casa tá derretendo. eu tô tentando te mostrar. Será que é pouco!? Eu tenho necessitado tirar toda da minha roupa pra dormir. De vez em quando eu saio da cama também, vou até a geladeira, abro, bebo um gole de água na garrafa e fico ali, parada, com a porta aberta, até meus joelhos se cansarem e eu precisar voltar para a cama e me deitar novamente ao seu lado, agora um pouco gelada, esperando que você me derreta novamante, mais uma vez. O lençol já está cheio, repleto de manchas. E a máquina de lavar quebrou, junto com o ar-condicionado. Daqui a pouco vai ser a flor que vai murchar, a luz que vai acabar, o copo que vai se quebrar, a tv que já não passa nada, não vai mais nem ligar, porque a pilha do controle vai acabar. A casa tá derretendo, tá tudo derretendo, e você não percebe, mas você jura!? Jura pra mim que eu não vou precisar falar isso, jura que pelo menos, quando eu começar a derreter junto você também vai perceber!? A única coisa que você tem percebido ultimamente são os meus pequenos deslizes. Tudo feito de uma pessoa que está prestes a derreter. Além disso pra piorar a minha situação, a nossa, a sua, você ainda vem me falar que "eu devia" três pontinhos, ou que eu "faço" ou "sou" três pontinhos coisa ruim. Você sim, devia perceber que ando fraca, que eu ando sem forças pra levantar a casa e que a cada frase sua eu derreto um pouco mais, quando na verdade devia ser o contrário. Será que o problema não está simplesmente na maneira de falar!? Na maneira de abordar!? Vai tudo derreter e você vai continuar com essa sua pose de quem sabe lidar com tudo muito bem, mas na verdade não consegue nem perceber onde está o problema. Ele está em você. e quando tudo derreter você vai ficar sozinho e vai se sentir eternamente responsável pela dor da perda, pela sua dor de perda.
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