sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Breve conquista de um amor talhado
Tantos encontros marcados e remarcados na agenda, tantos todos que não foram riscados e ali estão como mais uma marca de um primeiro encontro de tantos amores talhados e retalalhados em tantos outros. Quando eu te encontrei pela segunda vez nos apresentamos e eu te falei meu nome. Você falou oi, prazer em te conhecer, foi difícil chegar até aqui. Em um novo encontro nos apresentamos novamente. Você falou seu nome e eu disse oi, com uma vontade louca de fugir com você que me consumia como o tempo que passava e nos levava embora aos poucos. eu pedi pra que você não contasse para ninguém, logo eu! Que sempre fui tão independente nas minhas fugas. Talvez quisesse te levar por medo de não saber que você ainda lembraria de mim se eu fugisse sem você. Você apoiou minha vontade. Você me apoiou como se minha vontade fosse uma grande conquista sua. Talvez por não querer que você me apoie e sim queira também assim, tanto quanto eu, parti. Com o seu apoio. Um novo encontro na agenda. Está marcado. Eu estarei vestida de azul em frente ao endereço que você já sabe. Ou talvez não. Eu vou estar lá e novamente não irei riscá-lo se você não aparecer. Tenho certeza que vamos nos encontrar um dia, novamente. No Japão. Em um café no fim da tarde. Me proponha um amor talhado. Deixe que o tempo nos leve e que um dia a gente lembre daquele primeiro encontro, marcado por tantos escritos e manuscritos e uma memória que resistiu a tantas dores e amores. Só não me deixe riscá-lo da minha agenda, isso vai doer uma dor que só eu vou sentir, eu sei que vai, mas sei também o quanto é difícil evitar a dor de um retalho. Sejamos honestos e solidários ao tempo e aos desejos para observar uma nova breve conquista de um amor talhado.
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