Diogo,
sim, tem amor. Você se move pela falta, pela idéia de um vazio absoluto, impossível de ser preenchido. Algo morto, que por isso move vida. Mas assim só é possível o degradado, o rompido, fragmentado, quebrado, amputado.
é incompleto só isso.
eu te entendo mais comigo as coisas não funcionam assim, mas acho que pra você é difícil demais. Incompreensível talvez.
Quer saber, estou ficando cansada disso tudo também, cansada do distanciamento, das verdades absolutas e dos vazios conservados. Se existe mesmo alguma espécie de amor que você pronuncia algumas vezes no jantar, se existe algum lugar em que ele se encontra o que interessa é que dessa maneira não quero mais saber. Eu saber de você e você não saber de mim, afinal o que interessa são os seus olhares, o seu pensar o seu agir. Enfim, a questão é que criamos uma grande mentira. O que acontece é que pra mim o tempo faz de algumas mentiras verdades.
e é aí que está nossa dor. A dor que me importa se for impossível dela escapar.
é esse o momento em que falamos de vazios irreparáveis.
Mas se você quer viver de afastamentos não posso fazer nada.
Não me proponha tijolos.
Nunca mais.
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